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BTG: Queda nas vendas e produção de aço em julho indicam desaceleração do consumo a frente

26 de agosto de 2025

Por Ana Paula Machado

São Paulo, 26/08/2025 – A desaceleração das vendas de aço no País em julho, de 2,9% ante o mesmo mês de 2024, com volume de 1,9 milhão de toneladas, já sinaliza queda da atividade siderúrgica no curto prazo, segundo o BTG Pactual (BTG). Além disso, no mesmo período o mercado observou aumento da participação do produto importado, de 16,7% em 2024 para 20,5%. De acordo com o Instituto Aço Brasil, as importações somaram 616 mil toneladas, ou US$ 559 milhões, alta de 4,2% em volume e queda de 8,6% em valor.

A produção mensal de aço bruto também recuou 9,6%, para 2,8 milhões de toneladas. Para o BTG, esse movimento de queda nas vendas e na produção pode sinalizar um consumo mais fraco à frente.

“Desde o final do ano passado, o mercado tem se preparado para um ambiente econômico mais fraco, dadas as pressões da política monetária, mas a demanda tem se mostrado mais resiliente do que o esperado. Com novos sinais de desaceleração da atividade, agora esperamos que a demanda permaneça contida até o final do ano”, destacam os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi, em relatório.

Segundo dados do Aço Brasil, em julho o consumo aparente de aço, que contabiliza as vendas internas e as importações, totalizou 2,3 milhões de toneladas, 1,8% acima do registrado no mesmo período de 2024.

No acumulado do ano, as vendas internas somaram 12,3 milhões de toneladas, alta de 1,8% em relação a igual intervalo do ano anterior. A produção nos sete meses alcançou 19,3 milhões de toneladas, uma retração de 1,1% na comparação anual.

As importações cresceram 24,4%, atingindo 4,1 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2025. Em valor, chegaram a US$ 3,8 bilhões, avanço de 11,4% na mesma base de comparação. Como resultado, o consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 16 milhões de toneladas até julho, aumento de 8,1% sobre igual período de 2024.

Para o BTG, o pesadelo das importações continua, com volumes em alta no acumulado do ano e participação ainda elevada (25% para planos e 10% para longos). “Este ambiente competitivo intenso desencadeou uma dinâmica de preços deflacionária raramente vista durante nossa cobertura do setor”, informou o BTG. “Esperamos que essa tendência continue pressionando os resultados, com mais ventos contrários provavelmente vindos da demanda mais fraca, já evidente nos dados recentes e nas verificações de canal.”

De acordo com dados do setor, as exportações somaram 1 milhão de toneladas em julho, ou US$ 740 milhões, o que representou queda de 29,0% e de 32,6%, respectivamente, ante o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, as vendas externas atingiram 6,2 milhões de toneladas, ou US$ 4,4 bilhões, valores que indicam alta de 1,7% e recuo de 10,8% na mesma comparação.

Contato: ana.machado@estadao.com

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